Soundtrack
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bro meus olhos e vejo ao meu lado alguém muito especial, mas eu não queria me apaixonar tão cedo, fico ali parado olhando pra ele.
- Eu sei que eu sou lindo, mas não precisa ficar me secando...
- Bobo, estava apenas te olhando não posso?
- Pode, mas eu quero uma coisa antes!
- O que?
- Isso!
Ele me deu um beijo demorado, nós dois pelados ali naquela cama namorando, era perfeito, nós saímos da cama, foi difícil o fazer levantar, mas consegui, tomamos banho e fomos tomar café da manhã.
- Hum... Esse queijo está uma delícia! Disse ele o colocando em minha boca.
- Está divino! Mas me diz afinal qual é o seu nome?
- Karlos!
- Gostei do nome Karlos com K.
Ficamos conversando até as 7:00 da manhã, eu tinha que ir para a faculdade, nós trocávamos carícias a todo momento, aquilo estava sendo bom pra mim, mas o medo da decepção ainda me rondava.
- Quer que eu te leve pra faculdade?
- Vou aceitar sim, daqui até lá é um longo caminho!
Descemos até a garagem para pegar o seu carro, ao dirigir-se á faculdade ele desvia do caminho, nós estávamos indo para um lugar lindo com grandes campos gramados, onde o sol parecia sair dentre aquele verde infinito, as arvores eram enormes formando um túnel frio e florescido, aquele cheiro agradável me fazia sentir-se livre, e ao lado de Karlos, que nesse instante dirigia o carro, percorria todos aqueles bosques cheios de vida, ao chegar próximo ao residencial onde ele morava avisto casas gigantes era um lugar perfeito para se morar.
- Nossa você mora aqui?
- Moro sim, só vou passar em casa para pegar meus materiais da Faculdade.
- Nossa esse lugar é lindo!
- Vem comigo!
Entramos em sua casa que mais parecia um palácio, com janelas e portas enormes, as cortinas pareciam ser feitas da mais perfeita ceda já vista, a escadaria era extensa, como se revelasse o caminho para o paraíso.
- Onde estão seus pais?
- Foram viajar, estão comemorando o aniversário de casamento.
- Essa escada parece que não tem fim, por que não fizeram um elevador?
- Não verdade tem, mas eu quis fazer você sofrer um pouco! – Disse ele soltado uma gargalhada e me levando em cima de seus braços
- Você tá maluco vai me derrubar!
- Não vou não, pode confiar – Ele me dá aquele beijo fantástico que me faz ir as nuvens
Eu não sabia o que sentia por Karlos, meus sentimentos ainda estavam lacrados e meu peito, amor era algo que eu não queria sentir, mas aquele homem alto de pele macia e cheirosa me fazia ter um frio no estômago a cada olhar.
Enfim chegamos ao seu quarto que era amplo e aconchegante muito bem decorado, ao contrário do restante da casa o quarto dele possuía texturas em marrom e azul marinho, sua cama era gigante, com lençóis bordados com detalhes dourados, e na sua frente uma janela gigante toda em vidro com uma vista para os bosques que ali tinham. Fiquei parado fixado naquela vista, algo parecia me convidar a explorar aquela floresta era como se a escuridão debaixo daquele arvoredo me convidasse a degustar todo aquele mistério, eu não imaginava que ele pudesse voltar, eu estava só naquele quarto, Karlos estava no banheiro, era o momento perfeito para ele voltar a me atormentar, eu sentia sua presença.
- Por onde andou todo esse tempo?
- Estava me alimentando de seu ego! - Disse aquela voz sombria em minha mente
- Mostre-se diante de mim!
- Você já está me vendo! Olhe dentro de seus olhos
Olho para meu reflexo na vidraça. Vejo minha face distorcida como se fizesse movimentos involuntários, ela parecia se aproximar cada vez mais até que ouço um sussurro frio e meu ouvido.
- Eu sou você Brian!
Nisso Karlos me surpreende com um abraço, sinto que o monstro havia se dissipado, seguro firme nos braços de meu amado, como se procurasse uma segurança que já não havia mais onde conquistar. Meu modo de amar é eternamente intenso, confuso, as vezes deprimente, queria poder desfrutar de uma felicidade eterna, mas precisava matar todos os demônios que me cercavam. Naquela manhã fomos para a faculdade, e logo depois fui direto para o trabalho, aquela correria me fazia cada vez mais se tornar extremamente mecânico, ao final do dia enquanto saia do escritório vejo Karlos parado na calçada me esperando, com as mãos escondidas.
- Como você está?
- Muito caçado o dia foi corrido hoje!
- Tenho uma coisa pra você, vamos até minha casa.
- Diz logo o que estou curioso!
- Fica calmo você vai gostar.
Fomos até a casa dele, chegando lá nós adentramos aquele arvoredo ao qual eu tanto queria explorar, era sombrio assim como meus pensamentos, um foco de luz amarela percorria o final daquela trilha, era como o fogo que consumia uma noite tenebrosa, eu segura firma na mão de Karlos, ele seguia beijando meu pescoço me conduzindo até a minha surpresa.
Aquele lugar era magnífico, um grande vale banhado por um lago com uma água negra refletindo o por do sol, sentamos sobre uma pedra e ficamos calados observando aquela obra de arte, ele recosta sua cabeça em meu ombro sussurrando em minha orelha.
- Eu venho aqui desde pequeno, sempre gostei de ver o por do sol neste lugar!
- É perfeito, adorei a surpresa.
- Quem disse que essa era sua surpresa em?
- E não é?
Ele me coloca em seu colo sentado frente a frente e tira uma caixa do bolso, ela era de veludo, com alguns desenhos. Quando ele abre vejo dois colares, cada um com uma palavra “Carpe” e “Diem”, ele me questiona.
- Posso ser o seu dia?
- Só se eu puder desfrutar dele pelo resto da minha vida!
- Pode sim!
Ele me beija, eu amava aqueles beijos, me sentia seguro ao seu lado, mas talvez eu devesse libertar meu lado negro, viver a realidade que gritava dentro de mim, eu não posso ser tão dependente, eu tenho que controlar esse amor.
“Posso seguir seus passos, mas não posso ser preso a esse amor canibal, que dilacera minha alma, vamos juntos ao sol, sentir a liberdade diante de nossos olhos, vamos juntos seguindo esse rio que percorre a valas cavadas com minhas próprias mãos”.
Voltamos para a casa de Karlos, a noite já havia chegado e junto com ela um frio voraz e impiedoso. Ficamos se aquecendo diante da lareira, tomando chocolate quente, depois partimos para o vinho, já se passavam das 11:00 horas da noite, eu estava visivelmente embriagado, mas alegre, Karlos percebeu a minha situação e decidiu me levar para tomar um banho antes, ele me tratava como uma criança indefesa, mas naquele momento era assim que eu estava, tomamos banho juntos, fomos pra cama e adormecemos juntos.
Vocês estão namorando? Eu não sabia responder esse questionamento de Elber, que ficou incrédulo ao saber que Karlos e eu estávamos juntos, nós estávamos conversando nos corredores da faculdade, quando se aproximou ele estava diferente parecia estar abatido, com uma fisionomia muito cansada.
- Você está bem Karlos – Digo aproximando-se dele.
- Estou sim só com um mal estar, mas vai passar.
- Nem pensar nós vamos pra enfermaria agora!
- Não eu não quero Brian, me deixa em Paz! – Disse ele virando as costas e saindo.
Elber e eu ficamos nos encarando sem saber o que dizer sobre o ocorrido, eu nunca havia visto ele me tratar daquela forma.
Uma semana já se passava e nenhuma notícia de Karlos, ninguém na faculdade sabia dele, o procurei em sua casa, mas ninguém atendia, eu estava deprimido, angustiado com esse sumiço, acho que já havia caído nas garras desse maldito romance, é como se os demônios do amor me rondassem dia e noite, eu estava me tornando um pessimista, não sabia mais por onde começar foi onde que resolvi glorificar o meu próprio ego, me tornar o Deus de minha própria vida, eu devia me manter forte e me focar na faculdade e trabalho, foi isso que fiz, um mês sem ver Karlos, minha vida não havia mudado, eu estava aproveitando o máximo da vida, saia com Elber para as melhores festas da cidade, eu decidi provar do meu lado obscuro, saia com homens, mulheres, com o propósito de me divertir apenas, não sabia mais o que era amor...
Eu vivia da indiferença, ninguém mais me aspirava importância, não pense que eu estava no controle, era apenas um garotinho tentando se defender do medo de amar, não me tornara vulgar e sim arrogante e estúpido.
Era sexta-feira Elber e eu saímos para uma das melhores boates da cidade, já eram 4 horas da manhã, eu dançava com um rapaz lindo no centro da pista, nós estávamos nos beijando, foi quando o namorado dele veio para cima de mim e me deu um soco, eu não sabia o que estava acontecendo, caí como um fruto podre, e era assim que eu estava, meu olho começou a sangrar, um amigo meu me levou á um hospital próximo a festa, minha camisa estava toda manchada de sangue, foi quando Elber apareceu.
- O que houve amigo?
- Não sei eu estava beijando aquele cara dai um maluco apareceu e me deu um soco.
- Aquele rapaz é namorado dele, ou você não se lembra?
- Não nem sabia que ele namorava!
Elber vai até a recepção, eu fico em meu quarto pensando, foi quando ouvi uma música tocando no final do corredor, vou caminhando na direção daquele som, cada vez mais perto, meu coração pulsava de forma desesperada, eu sentia medo um frio percorria todo o meu corpo, aquele corredor parecia não ter fim, meus passos estavam pesados, como os de um criminoso caminhando para a morte eminente, eu apertava minhas mão em uma tentativa de dispersar a tensão, é quando vejo Karlos deitado em uma cama, com a cabeça sem nenhum fio de cabelo...