- Nossa! Brian você e o Marcos se olharam de um jeito.
- Não foi nada é que eu não quero muito papo com ele.
- Tudo bem! Vamos aproveitar essa tarde para ficarmos bem juntinhos.
Aquele dia choveu muito, nós dormimos abraçados trocamos carícias foi mágico era como se não existissem problemas. Dois meses depois Marcos parecia distante ele resolvera morar em minha casa, nós não conversávamos, até que em uma tarde recebi um telefonema.
- Alô.
- Sou eu seu pai precisamos conversar!
- Oi pai tudo bem?
- Eu estou no aeroporto, chego a sua casa em vinte minutos.
- O que houve pai?
- Você vai ter que me dizer isso!
Ele desliga o telefone na minha cara não consigo entender toda aquela revolta, espero ansioso no hall da casa, meu pai entra com uma cara que não demostrava contentamento nenhum, naquele momento só me vinha uma coisa em minha cabeça “Ele descobriu que sou gay”, mas infelizmente meus pensamentos eram reais.
- Como você pode se deitar com um homem? Ele me recebe com um tapa na cara.
- O que de onde você tirou isso?
- Você não vai virar um anormal como muitos por ai!
- Eu não sou anormal, tenho muito orgulho do que sou.
Aquela foi à gota d´agua para meu pai, ele começa a me bater insanamente minha visão fica turva com tantos socos e chutes. Sinto muita dor minha cabeça latejava.
Abro meus olhos vejo uma luz forte, sinto-me estranho, começo a me lembrar do que meu pai fizera comigo, eu estava em um lugar muito branco, minha cabeça doía muito, de repente a porta se abre e entra um homem todo de branco, parecia ser um enfermeiro.
- Onde estou?
- Procure ficar calmo, vou aplicar o medicamento amanhã você poderá sair para tomar sol.
- Espera onde estou? Cadê o Pietro? Por favor, me fala onde ele está? Começo a ficar desesperado! Meus braços estavam amarrados à cama, aquilo parecia ser uma clínica para tratamento de doentes mentais.
Meus olhos despertam vejo uma luz forte e sinto um gosto estranho em minha boca minha roupa estivera cheia de saliva, talvez por conta dos remédios, aquela pequena porta novamente se abre aquele mesmo homem adentra aquela sala fria.
- Como você está?
- Por favor, me tira daqui!
- Você vai sair para tomar um pouco de sol, mas nem tente fugir.
- Tudo bem, mas quem me trouxe para este lugar?
- Acho que foi seu pai.
Não acreditava que meu pai havia feito àquilo comigo, quando saímos do meu quarto vejo muitas pessoas que tinhas problemas mentais, mas eu poderia aceitar ficar ali sem ver meu grande amor, só uma coisa me deprimia mais ainda era a dor de perder Pietro.
- Bom você vai ficar um pouco aqui no jardim e se comportar-se vai ir para um quarto normal.
- Me ajuda a sair daqui.
- Não posso fazer isso.
- Eu te pago um bom dinheiro, faço qualquer coisa, mas me deixa sair.
- Não insista, ou vou te levar pro quarto de novo.
- Tudo bem...
- Você não parece ser um doente mental!
- Na verdade eu acho que meu pai é, sou gay e ele não aceita isso.
- Deve ser difícil né?
- O que mais me preocupa é o meu namorado, não sei o que aconteceu com ele, como eu vou viver sem saber como ele está?
Nesse momento o enfermeiro me olha fixamente, mas era um olhar que me lembrava muito o de Pietro, eu senti como se ele estivesse ali comigo, meu amor era tão intenso que me fez cair aos prantos, o pobre rapaz que me acompanhara estava sem reação diante de meu descontrole.
- O que houve rapaz?
- Eu não quero ficar aqui não vou aguentar tudo isso!
- Fica calmo, vai ser melhor você manter o controle aqui, pois se não teremos que lhe aplicar sedativos.
- Por favor, não faça isso!
- Eu quero ser seu amigo, mas você tem que colaborar também.
- Tudo bem, mas meu pai me trouxe pra cá sozinho?
- Não ele veio com um rapaz alto e bem vestido.
- Meu Deus! Não acredito que o Marcos teve coragem de fazer isso, já sei foi ele quem contou para meu pai que eu era gay, aquele ordinário!
- Nossa esse cara não deve ser boa pessoa né?
- Eu pensara que era, mas agora eu sei o quanto ele é safado.
- Seu pai sempre foi assim com você?
- Não ele não mora comigo.
- Entendo...
- Eu quero muito saber notícias do Pietro.
- Infelizmente eu não posso lhe ajudar.
- Porque não?
- Aqui nesse lugar também funciona um centro de reabilitação para viciados e eu era um deles, na verdade eu moro aqui desde os 12 anos, não quero voltar pra casa tenho medo de voltar a usar drogas então eu conversei com o diretor e pedi para trabalhar e morar aqui.
- Nossa! E eu que pensava que minha história era dramática... (risos de ambos)
- Eu vim parar aqui por escolha minha, desde o momento que eu comecei a usar drogas eu tracei esse caminho, mas você não teve escolha foi obrigado.
- Isso que me deixa mais triste.
- Afinal como é seu nome?
- Me chamo Brian e você?
- Sou Julio.
Nisso aquele rapaz dos olhos verdes me abraça de uma forma inesperada, que acabo cedendo aos seus carinhos e deito-me sobre suas pernas.
- Obrigado por ficar aqui comigo, não sei como vou aguentar viver aqui.
- Fica tranquilo você vai se acostumar...